terça-feira, 22 de maio de 2012

Biodiversidade - preservar é questão de sobrevivência

Hoje, dia 22 de maio, é comemorado em todo mundo o Dia Internacional da Biodiversidade. A formação da palavra biodiversidade se dá pela união do radical Bio = vida e da palavra diversidade = variedade, por isso conclui-se que biodiversidade significa ‘variedade de vida’ e as complexidades ecológicas nas quais elas ocorrem. A data é celebrada desde que foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1993. A importância do tema é tanta, que a organização declarou esta como a década da Biodiversidade (2011-2020). Ela é formada por uma associação de vários componentes hierárquicos: ecossistema, comunidade, espécies, populações e genes em uma área definida, o que significa dizer que varia de acordo com as diferentes regiões. A biodiversidade reúne toda a variedade de vida, desde micro-organismos até animais e plantas. É o conjunto de espécies que estabelece uma inter-relação na qual cada ser, por mais simples que seja, tem uma função fundamental na composição do ecossistema. A biodiversidade funciona como uma máquina, em que animais e vegetais são suas engrenagens. Por exemplo, se uma espécie de vegetal for comprometida, poderá ocasionar a extinção daquele animal que o tem como base de sua dieta. Esse animal que se extinguiu, por sua vez, possuía uma função na cadeia alimentar ou na própria natureza. A preservação da natureza e da diversidade garante a proliferação da vida.
As indústrias têm focalizado sua atenção às florestas, para conhecer espécies que podem ser utilizadas como matéria-prima na produção de medicamentos e cosméticos, mas não pensam que essa exploração pode alterar ou impactar as áreas de possível extração. O homem com sua capacidade de pensar, gerar riquezas e desenvolver tecnologias, cria várias coisas, mas não consegue (ou não quer) recriar o habitat que ele mesmo danificou.
Estudos revelam que nos próximos 25 anos, de duas a sete espécies em cada 100 vão se extinguir. É importante saber que cada planta extinta ocasiona a perda de 30 espécies de animais e insetos que dela dependem. A atenção dedicada ao assunto deve-se não somente a importância da conservação da biodiversidade para a manutenção da vida humana, mas, principalmente, devido ao uso desordenado dos recursos naturais para sustentar um padrão de vida danoso a Terra. Estima-se que apenas no último século, graças à nossa espécie, sumiram do planeta metade das áreas pantanosas, 40% das florestas e 30% dos manguezais. Para se ter ideia, caso o desmatamento não seja reduzido pela metade até 2030, somente os danos associados às mudanças climáticas chegarão à ordem de 3,7 bilhões de dólares.
A menos de um mês da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), o relatório Living Planet, que reúne dados científicos sobre o meio ambiente a cada dois anos produzido pelo WWF, indicou que as condições do planeta pioraram desde a Rio 92.
Desde então, o mundo teve uma perda de biodiversidade de 12%, emite 40% mais gases poluentes, as florestas diminuíram 3 milhões de metros quadrados. Caso continue neste ritmo, segundo alerta o documento, o mundo precisará da quantidade de recursos equivalente a três planetas até 2050.
O cenário brasileiro em relação à biodiversidade também não é muito animador. Com metade das espécies brasileiras conservadas em Unidades de Conservação, sete delas devem ter a área reduzida para dar lugar a 22 hidrelétricas planejadas na Amazônia. O novo Código Florestal, que aguarda decisão presidencial sobre a sanção até o fim desta semana, pode ser um desastre para as florestas brasileiras, segundo antevê uma boa parte dos especialistas na área.
A degradação desenfreada dos recursos naturais é como um bumerangue. Se continuarmos desperdiçando esse recursos, em troca, não teremos de onde tirar nem o básico para o sustento nas próximas décadas.                       
                                                     
Preservar a natureza é responsabilidade de todos.


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