terça-feira, 19 de junho de 2012

Não basta conhecer os caminhos, é preciso percorrê-los

Estive hoje no Forte de Copacabana para ver a exposição Humanidade 2012. Acredito que nem os organizadores do evento esperavam tanta receptividade do público como tem ocorrido. Logo na estrada pude ver uma grande fila, que ao contrário de me desanimar, mais me instigou à visita.
Mas a fila andou rápida, organizada pelo pessoal de apoio. O espaço é inovador já na sua estrutura, pensada de forma sustentável por Bia Lessa, diretora geral de conteúdo e criação. "... Através dessa construção, o Brasil pretende unir os diferentes povos e colaborar concretamente para a transformação do planeta em que vivemos..." Segundo Bia, "... estamos diante de um limite, onde não há mais espaço ao acúmulo de capital...", "...precisamos nos tornar uma Humanidade. Por isso estamos aquí".   
Tudo foi minuciosamente pensado para que o visitante possa refletir sobre o mundo em que quer viver. A partir da recepção, num espaço chamado de "Territótio Livre", o visitante pode ler fragmentos de um dos textos mais conhecidos do Padre Antônio Vieira, "O Sermão de Santo Antônio aos Peixes". O titulo do Sermão foi retirado do milagre ou lenda que se conta a respeito de Santo Antônio. Este teria sido mal recebido numa pregação em Arimino, mesmo perseguido, ele teria se  dirigido à praia e pregado o sermão aos peixes que o teriam escutado atentamente, contrastando com os homens. O texto pretende fazer uma reflexão sobre os homens, que assim como o padre Antônio Vieira, naquele momento, estava voltado para o mar. Assim começa a exposição, voltada para o mar de Copacabana num visual deslumbrante. A ideia da exposição é mexer com a consciência humana, assim como o sermão (abrir os olhos), e conduzir à reflexão. No nível térreo, algumas espécies de plantas oriundas de diferentes biomas brasileiros estão reunidas em um jardim mostrando a diversidade de nossas florestas.
A exposição conta com diversas salas que mostram de maneira lúdica, interativa e participativa como o homem pode compreender um modelo possível de desenvolvimento que garanta melhores condições de vida, crescimento econômico, inclusão social aliados ao respeito ao meio ambiente. O evento é um convite a toda sociedade, para que essa possa pensar a respeito de um desenvolvimento que leve em consideração os impactos passados, presentes e futuros, respeitando todas as formas de vida no planeta.
Toda a exposição nos convida à reflexão, porém uma sala que me chamou muito a atenção foi a sala "Mundo Dividido". O espaço teve o texto de Celso Furtado como fonte inspiradora: "O desafio que se coloca no umbral do século XXI é nada menos do que mudar o curso da civilização, deslocar o seu eixo da lógica dos meios a serviço da acumulação num curto horizonte de tempo para a lógica dos fins em função do bem-estar social, do exercício da liberdade e da cooperação entre os povos."  
Segundo Paulo Skaf presidente da Fiesp, "O futuro da terra depende das decisões tomadas agora pela humanidade. Os homens conhecem os caminhos corretos. É preciso percorrê-los." 
Ainda dá tempo de conferir a exposição que vai até o dia 22 de junho, no Forte de Copacabana.
Mais informações pelo site: www.humanidade2012.net




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