terça-feira, 12 de junho de 2012

O que é a Cúpula dos Povos

De 15 a 23 de junho no Aterro do Flamengo Rio de Janeiro, acontecerá a Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental, um evento organizado pela sociedade civil global que acontecerá paralelamente à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (UNCSD), a Rio+20.
Por quê?
A Rio+20 marca os vinte anos da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92 ou Eco 92).
Segundo os organizadores do evento, nestas duas décadas, a falta de ações para superar a injustiça social ambiental tem frustrado expectativas e desacreditado a ONU. A pauta prevista para a Rio+20 oficial – a chamada “economia verde” e a institucionalidade global – é considerada como insatisfatória para lidar com a crise do planeta, causada pelos modelos de produção e consumo capitalistas. Para enfrentar os desafios dessa crise sistêmica, a Cúpula dos Povos não será apenas um grande evento. Ela faz parte de um processo de acúmulos históricos e convergências das lutas locais, regionais e globais.
Diante disso, o evento pretende transformar o momento da Rio+20 numa oportunidade para tratar dos graves problemas enfrentados pela humanidade e demonstrar a força política dos povos organizados. “Venha reinventar o mundo” é o chamado, um convite à participação para as organizações e movimentos sociais do Brasil e do mundo.
O espaço será organizado em grupos de discussão autogestionados, na Assembleia Permanente dos Povos e num espaço para organizações e movimentos sociais exporem, praticarem e dialogarem com a sociedade sobre suas experiências e projetos, chamado de Territórios do Futuro. As ações da Cúpula estarão todas interligadas. Clique aqui para ver a programação.
A ideia é que a Assembleia Permanente dos Povos – o principal fórum político da Cúpula, se organize em torno de três eixos e debata as causas estruturais da atual crise civilizatória, sem fragmentá-la em crises específicas – energética, financeira, ambiental, alimentar. Com isso, o evento pretende afirmar paradigmas novos e alternativos construídos pelos povos e apontar a agenda política para o próximo período.
 Os três eixos são: denúncia das causas estruturais das crises, das falsas soluções e das novas formas de reprodução do capital, soluções e novos paradigmas dos povos e estimular organizações e movimentos sociais a articular processos de luta anticapitalista pós-Rio+20. O território da Cúpula dos Povos será organizado de forma livre da presença corporativa e com base na economia solidária, agroecologia, em culturas digitais, ações de comunidades indígenas e quilombolas. Esse encontro da cidadania, que também contará com atrações culturais, ficará aberto até o fim da Cúpula, no dia 23.
 O Grupo de Articulação da Cúpula, formado por mais de 50 redes nacionais e internacionais, identificou os principais temas a serem debatidos durante a conferência e dividiu essas abordagens em três eixos, que servirão como um ‘guia prático’ das atividades.
Entenda os três eixos que norteiam a Cúpula
Denunciar as causas da crise socioambiental, apresentar soluções práticas e fortalecer movimentos sociais do Brasil e do mundo. Quem participar da Cúpula dos Povos na Rio+20 vai encontrar uma programação estruturada nesses três pilares.
O primeiro eixo tem um caráter crítico. Com a denúncia das causas estruturais das crises, das falsas soluções e das novas formas de reprodução do capital, a Cúpula pretende expor à sociedade civil as razões dos problemas de ordem social e ambiental do planeta – ao contrário da Rio+20, como lembra Ivo Lesbaupin, da Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong). Como o atual sistema econômico também é visto pela Cúpula como um entrave ao desenvolvimento verdadeiramente sustentável, a Rio+20 é entendida como um evento de falsas soluções. Segundo Lesbaupin, o modelo econômico se baseia na alta produção e no alto consumo. Com a crise, o capitalismo está encontrando uma nova forma de aumentar esses índices: explorando e mercantilizando os recursos naturais do planeta. Para ele, a economia verde não é solução, é agravante”.
Segundo eixo: As soluções já existem - Com a participação de representantes de diversos países, a Cúpula vai apresentar soluções e novos paradigmas dos povos para os problemas mais graves enfrentados hoje no mundo, sendo o principal eixo do evento, já que a crítica tem mais força quando se apresenta as soluções. A organização do evento pretende mostrar que é possível fazer diferente, valorizar as soluções dos povos e levar práticas em vez de teorias. Irá mostrar também importantes iniciativas. Uma delas é a agroecologia, que permite a produção de produtos agrícolas sem o uso de agrotóxicos, não maltrata o solo e gera empregos e renda ao estimular a agricultura familiar. Outra prática é a da economia solidária, que valoriza, acima de tudo, o capital humano, com base no cooperativismo para a produção de bens e serviços. Além desses modos de produção alternativos, também vai dar visibilidade a tecnologias sociais, como a construção de cisternas sustentáveis no semiárido nordestino. Por fim, o terceiro eixo vai estimular organizações e movimentos sociais a articular processos de luta anticapitalista pós-Rio+20. Para isso, durante o encontro, os grupos deverão integrar agendas e campanhas.
No próximo post, vou publicar o conteúdo da "Carta dos Povos". A Carta é um primeiro lançamento e um convite para o diálogo. O texto se inspira na histórica Carta da Liberdade (Freedom Charter) nascida na África do Sul, estandarte do movimento antiapartheid da época e adotada em 1955 pelo Congresso do Povo. Foi redigida pelas equipes de animação do Fórum para uma nova Governança Mundial e pelas Assembléias Regionais de Cidadãos, solidários e participantes engajados dos movimentos populares que estão lutando nos diferentes continentes.
Esse é o momento de luta e conscientização para salvar o Planeta. É o momento também de reflexão sobre as desigualdades sociais e de discussão sobre o que queremos para as futuras gerações.
A seguir assista ao vídeo sobre o tema:                                     


Participe! Mais informações no site oficial da Cúpila dos Povos - www.cúpuladospovos.org.br


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