quarta-feira, 4 de julho de 2012

Paraty promove a 10ª Flip em homenagem a Drummond

..."No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho...", e não há melhor lugar para falar de Drummond do que Paraty, cidade histórica que com suas ruas de pedras, abriga a maior festa literária do país. Paraty é “a cidade onde os caminhos do mar e os caminhos da terra se encontram, ou melhor, se entrosam”. E esta semana, turistas amantes da literatura têm um motivo a mais para irem à cidade, onde autores convidados se deparam com o entusiasmo de seu público e a hospitalidade da cidade. Começa hoje a 10ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que acontece de 4 a 8 de julho de 2012. Na Tenda dos Autores, Luis Fernando Verissimo fará a abertura do evento às 19 horas, falando sobre o valor da literatura, razão de ser da festa. A seguir Silviano Santiago e Antonio Cicero fazem a conferência sobre o autor homenageado da Flip 2012, Carlos Drummond de Andrade, cujo nascimento completa 110 anos em outubro. Do panorama da relação de Drummond com o século XX à leitura detalhada de um de seus poemas, Santiago e Cicero descrevem os traços fundamentais da obra de um dos maiores escritores brasileiros.
Às 21 horas, na Tenda do Telão, a Ciranda de Tarituba fará o show de abertura da décima Flip, representando as festas tradicionais de Paraty, fundada em 1975 e dedicada aos ritmos e danças da região. A seguir, o recifense Lenine, vencedor de cinco prêmios do Grammy Latino, é a atração principal do show de abertura da Flip 2012, apresentando o show de sua turnê "Chão", em que toca as músicas de seu novo trabalho e revisita grandes sucessos de sua carreira.
O escritor homenageado da décima Flip, Carlos Drummond de Andrade, nascido na provinciana Itabira, o escritor modernista terá suas muitas facetas evocadas em Paraty a partir de quarta-feira, quando a Festa Literária Internacional de Paraty se une às comemorações dos 110 anos de nascimento do poeta. Um dos traços marcantes da obra de Drummond é que ela desde cedo soube combinar as invenções modernistas com um grande domínio da forma poética e uma visão aguda dos dilemas humanos. Drummond, começa um de seus poemas de um jeito que pode parecer pretensioso: "E como ficou chato ser moderno. / Agora serei eterno". Embora hoje seja considerado um clássico, o poeta Drummond por muito tempo recebeu duras críticas. Através desse poema, faz uma referência bem-humorada às críticas recebidas de pessoas que achavam que o que ele escrevia não merecia nem mesmo ser chamado de poesia. "Ser moderno", na época, significava explorar novas formas de criação artística, que para esses críticos seriam esquecidas com o tempo, pois não tinham o valor das obras antigas. Foram essas discussões, que marcaram o rumo da literatura brasileira no século XX. Além dos debates na Tenda dos Autores e do lançamento de mais quatro títulos do projeto de reedição da obra completa de Drummond pela Companhia das Letras (“Antologia poética”, “Sentimento do mundo”, “As impurezas do branco” e “José”), a celebração inclui exposições, volumes de correspondência, a reedição de uma biografia do autor e a apresentação de uma peça inspirada nas cartas que trocou com sua filha, Maria Julieta.
A Casa da Cultura de Paraty, abrigará a exposição “Faces de Drummond — O poeta e seu avesso”. A mostra, patrocinada pelo GLOBO e organizada em parceria com a Associação Casa Azul e a Fundação Roberto Marinho, ocupará o segundo andar do espaço até 10 de dezembro. A mostra apresentará a trajetória do autor aos visitantes por meio de módulos cronológico-temáticos, como “O provinciano cosmopolita” ou “O funcionário gauche”.
A Flip inclui ainda uma importante programação infanto-juvenil, a FLIPINHA, que é o resultado de um trabalho de incentivo à leitura desenvolvido nas escolas durante o ano todo. O sucesso da FLIP estimulou a criação de uma programação paralela de debates na Casa da Cultura de Paraty e em outros locais da cidade. Esta programação paralela promove pré-estreias e exibições de filmes, leituras de peças teatrais, lançamentos de livros, além de shows e exposições.
Na programação especialmente voltada para as tradições e cultura paratienses, para festejar os 10 anos de Flip, a Associação Casa Azul, em parceria com o Instituto Silo Cultural, desenvolveu uma agenda que tem como destaque:
- A Banda Santa Cecília, o Bloco dos Assombrosos do Morro e o Arrastão do Jabaquara, que se reunirão pela primeira vez para festejar o primeiro dia de Flipinha e o início da Flip. Na Tenda da Flipinha, às 17 horas de quarta-feira, 04 de Julho;
- Os lançamentos de livros de autores de Paraty, como Iêda Marques, Almir Tã e Zezito Freire;
- A Exposição dos Bonecos de papel machê, de Biba, Lucio Cruz e Isaac Pádua, na praça da Matriz durante toda a Flip;
- A exposição “Lucio Cruz convida Júlio Paraty”;
- A exposição de Cerâmica Contemporânea, onde o ceramista paratiense Dalcir Ramiro, reconhecido pela forma diferenciada como retrata a cultura da cidade através do barro, expõe com a ceramista Norma Grinberg. Além dessa mostra, esculturas dos dois artistas também ficarão dispostas no entorno das instalações da Flip.
Portanto, o que não faltam na cidade são atrações. Ainda dá tempo de visitar a cidade e participar do agito cultural ou simplesmente conhecê-la, se você nunca esteve lá. Todas informações complementares sobre o evento você poderá encontrar no site da Flip.
Site: www.flip.org.br além de todas informações de como chegar à cidade, hospedagem e pontos turíticos.

Não percam! 

 

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