quinta-feira, 5 de julho de 2012

Português nas escolas de Miami

Cada vez mais, temos visto nossos compatriotas se derretendo pela cultura americana e inglesa. Falar inglês chega a parecer uma obrigação, já que lidamos com tantos nomes "in english", seja nos sanduiches, nos eventos, nos luminosos do comércio em geral e nos condomínios. Se antes nossos "dreams" (sonhos), eram aprender e "speak" (falar) a língua do Tio Sam, agora nosso sonho pode se transformar em "ir à forra" pois, o português pode se tornar língua oficial nas escolas de Miami. Andando pelas ruas da cidade temos a impressão de estarmos no Brasil, tamanha a facilidade de encontrar pessoas em lojas, shoppings, restaurantes e supermercados falando português. E não são só brasileiros, mas também americanos e hispanos que tentam um “tudo bom” ou “oi” para se comunicar no idioma. E segundo o novo cônsul-geral em Miami, que chegou na cidade em setembro do ano passado, o embaixador Hélio Vítor Ramos Filho, está negociando a introdução do português como segunda língua nas salas de aula das escolas do sul da Flórida, onde há uma enorme concentração de brasileiros e turistas, o que é agora uma prioridade para o governo brasileiro.
“A gente quer construir uma relação formal entre o governo brasileiro e Miami-Dade e Broward para que nesses dois condados a gente passe a ter o português como uma opção em algumas escolas”, diz Ramos Filho. "Você, hoje, tem Brasil em tudo aqui, na área imobiliária, o Brasil na cultura", diz o cônsul-geral. "Agora chegou a hora do Brasil na educação". De fato, o contingente de turistas brasileiros vem crescendo e, no ano passado, 634 mil brasileiros desembarcaram por lá, batendo pela primeira vez o número de turistas canadenses, que mantinham o recorde há muito tempo.
E embora possa dar o que falar, a iniciativa não é novidade, já que existe em Miami  uma escola pioneira quando o assunto é educação bilíngue português-inglês: Ada Merritt, uma iniciativa do Centro Cultural Brasil-USA. Lá, até a oitava série, o aluno recebe 60% das aulas em inglês e 40% em espanhol ou português. Mas agora, ampliar o ensino do português “é uma politica de governo”, diz o cônsul-geral. “Esse é o começo de tudo”, diz o cônsul-geral. “É um indicativo das muitas coisas que a gente quer fazer aqui para que o português seja efetivamente uma língua oferecida pelas escolas da Flórida”. E isso não quer dizer o português como segunda língua, mas sim como língua de ensino, como é o inglês nas escolas americanas no Brasil. Só que o Itamaraty quer ir além: Ramos Filho tem como objetivo um acordo com o sistema escolar do sul da Flórida.
O cônsul-geral disse que o curso vai rodar o país e servir de mecanismo e incentivo para criar mais escolas de ensino bilíngue inglês-português nos Estados Unidos. “A gente ainda está no início, mas o principal já existe, que é a vontade politica”.


Talvez, num futuro não muito distante, possamos ver nos Estados Unidos pessoas dando nomes aportuguesados aos seus condomínios, que ao invés de se chamar Miami Paradise, por exemplo, passaria a se chamar "Miami Paraíso", e o nosso conhecido sanduba, ou "sandwich" em inglês, voltaria a se chamar "only" sanduiche, como sempre foi... Talvez assim, possamos nos dedicar ao aperfeiçoamento e aprendizado da "nossa língua" e a nos orgulharmos dela. Nossos condomínios poderão se chamar simplesmente "Mar Azul", "Pedra Bonita", "Lago Dourado" talvez, mas o que importa mesmo é que possamos aprender o que quisermos, até mesmo o inglês.
ADOREI!


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