sábado, 25 de agosto de 2012

A história da cerveja desde a Idade Média


Na Idade Média, vários mosteiros fabricavam cerveja, empregando diversas ervas para aromatizá-la, como mírica, rosmarinho, louro, sálvia, gengibre e o lúpulo, utilizado até hoje e introduzido no processo entre os anos 700 e 800, mas uso de lúpulo para dar o gosto amargo e preservar é atribuída aos monges do Mosteiro de San Gallo, na Suíça. Houve um tempo em que o papel da levedura na fermentação era desconhecido. A maior parte das cervejas, até tempos relativamente recentes, eram do tipo que agora chamamos de ales. As lagers foram descobertas por acidente no século XVI, quando a cerveja era estocada em frias cavernas por longos períodos; desde então elas ultrapassaram largamente as cervejas tipo ale em volume.
.A história da cerveja no Brasil teve início na época do Brasil colonial. A bebida demorou a chegar à colônia pois os portugueses temiam perder o filão da venda de seus vinhos. A chegada da cerveja ao Brasil ocorreu em 1808, trazida pela família real portuguesa de mudança para o território. Portanto, o hábito de beber cerveja começou nos tempos de D. João VI, época em que a bebida era importada da Europa e, até o final do século passado, o Brasil ainda importava a cerveja. Até o 2 º Reinado, em (1840), os anúncios comerciais nos jornais referiam-se, exclusivamente, à venda de cerveja, nunca à produção. Foi só a partir da década seguinte que as famílias de imigrantes começaram a usar escravos e também a empregar trabalhadores livres para produzir a bebida e vendê-la ao comércio local. Nessa época a cerveja era vendida no balcão das cervejarias e entregue ao comércio das redondezas do Rio de Janeiro em carroças. As cervejarias também promoviam festas para divulgação e venda da bebida, denominada "Cerveja Marca Barbante", nome dado por sua fabricação rudimentar, e por conter um grau tão alto de fermentação.
Só a partir da metade do século XIX, a fabricação de cerveja brasileira começa a tomar vulto com o aparecimento de diversas fábricas. E enquanto na Antiguidade o que caracterizava o processo de fabricação era a experiência e a tradição, a partir do século XIX, o fabrico da cerveja é dominado pela ciência e pela técnica. Até o evento de Louis Pasteur, a fermentação do mosto era natural o que, normalmente, trazia prejuízos aos fabricantes. O notável cientista francês convenceu os produtores a utilizarem culturas selecionadas de leveduras para fermentação do mosto, para manter uma padronização na qualidade da cerveja e impedir a formação de fermentação acética.
Pasteur descobriu que eram os microorganismos os responsáveis pela deterioração do mosto e que poderiam estar no ar, na água e nos aparelhos, sendo estranhos ao processo. Graças a esse princípio fundamental, limpeza e higiene tornaram-se os mais altos mandamentos da cervejaria. O nome de Louis Pasteur é lembrado através do termo "pasteurização", método pelo qual os microorganismos são inativados através do calor.
Atualmente são tantas as cervejarias, que produzem os mais diversos tipos da bebida, com a intenção de agradar a todos, que fica até difícil escolher. Não há dúvida de que a cerveja continua sendo a bebida preferida pela maioria das pessoas, não só no Brasil, mas no mundo inteiro. Porém o costume de consumí-la gelada é um hábito dos brasileiros, pois em várias partes do mundo ela é consumida ao natural, talvez devido ao clima frio da maioria desses países.
Na Alemanha consome-se 117 litros/ano por pessoa. O documento mais antigo sobre a fabricação de cerveja em solo alemão data de 800 a.C. e traz a palavra latina “bibere” (beber). Daí, ela tornou-se “bier” (cerveja em alemão). A Repúplica Tcheca é o país onde as pessoas mais bebem cerveja! Cada tcheco consome, em média, 158 litros de cerveja por ano (quase meio litro por dia). Sem contar os belgas, que têm muito orgulho da sua rica cultura em cervejas, com mais de 1.500 tipos produzidos. E cada um é servido em um copo específico, já que isso influencia o sabor da bebida! Berço da Pilsen, lá a cerveja é símbolo nacional e uma das maiores atrações turísticas do país. Alguns tchecos são tão apaixonados pela bebida que fazem questão de incluí-la em todas as refeições - incluindo o café da manhã. Vá gostar assim de cerveja!
Há quem diga que cerveja "não combina" com comida, mas segundo especialistas é um engano, pois as leveduras que, na cerveja, transformam os açúcares em álcool, também estão presentes no pão, nos queijos, picles e vinagre. Se quiserem aprender algumas receitas que utilisem a cerveja, bem como a harmonização com os pratos, isto é, a combinação certa, aconselho a entrarem no site da Baden Baden e baixarem as receitas exclusivas criadas pela chef Carolina Vitória. Entre as receitas estão o Medalhão ao molho Baden Baden Celebration inverno. Para quem conhece e gosta de cerveja... E quando estiverem em Campos do Jordão (SP), não deixem de fazer visitinha à fábrica, que foi criada em 1999. Garanto que vale a pena, eu pude conferir de perto a fabricação dessa cerveja, que é feita por 23 técnicos especializados e produzem 11 variedades de cerveja que são verdadeiras iguarias. Além de conhecer a fabricação, o visitante pode ainda degustá-la geladinha e comprar todos os sabores da cerveja, além de diversos acessórios e souvenires na loja da fábrica. E ainda experimentar os chopes Baden Baden Cristal e Baden Baden Boc. O agendamento de visitas para o Baden Tour será realizado somente pelo telefone (12) 3664-2004.
Em 27 de outubro de 1836, saiu a primeira notícia sobre a fabricação de cerveja no Brasil em um anúncio publicado no Jornal do Commercio, no Rio de Janeiro. Antes do surgimento da cerveja tipo Pilsen, lá em 1839, as cervejas eram escuras e turvas. Não é à toa que ela é chamada de "ouro líquido"! Em 1853, em Petrópolis, Rio de Janeiro, a Bohemia Pilsen foi produzida pela primeira vez, pelo colono alemão Henrique Kremer. Com aroma e sabor levemente frutados, sua receita permanece a mesma até hoje! Produzida com malte 100% importado e lúpulo tcheco, a versão Pilsen é clara, leve e muito refrescante. É a minha cerveja preferida. E lembre-se de que o copo é importante! E o da cerveja Pilsen tem a boca mais estreita para reter o aroma, preservando a espuma por mais tempo.
E se você acha que cerveja também não combina com o inverno, está muito enganado, principalmente as escuras e mais encorpadas, como a Bohemia Escura, que faz uma ótima combinação com chocolate. A Bohemia escura é produzida com maltes torrados especiais importados da Alemanha. Sua espuma é densa e cremosa. Porém, segundo especialistas, ela também pode ser bebida em qualquer época do ano.
Lançada há 15 anos, em 1993, a Kaiser Bock foi a primeira cerveja diferenciada em muito tempo de mercado. Desde que rótulos como a Brahma Porter pararam de ser fabricados, as únicas opções oferecidas pelo mercado brasileiro eram as cervejas “tipo pilsen”, munich e malzbiers. A cultura cervejeira do brasileiro levou a rotular as cervejas bock de “cervejas fortes”, contribuindo para o estereótipo de “cerveja de inverno”. levando-a a uma produção sazonal. Ela está sendo fabricada em uma edição nova pela Heineken desde novembro de 2011, sendo vendida apenas em algumas regiões do país. Se quiser conferir se tem na sua região é só entrar no site da Kaiser. Uma ótima opção para o inverno! Mas, novamente, segundo um especialista ela não é propriamente uma cerveja só para ocasiões sazionais, isto é, para o inverno, podendo ser consumida em qualquer época do ano. Hoje ela tem apenas 6,2%, não muito mais do que as “pilsens”.
Para aqueles que curtem conhecer a fabricação da cerveja, uma boa pedida é irem à região serrana de Teresópolis (RJ), para visitarem a cervejaria Saint Gallen, conhecida pelas cervejas Therezópolis. Além do passeio, a vila germânica anexa possui lojas com diversos produtos artesanais.
Já na cidade imperial de Petrópolis, que fica também na região serrana do Rio de Janeiro, aqueles que gostam de cerveja têm um museu todo especial sobre esse assunto, construído na antiga fábrica da Cervejaria Bohemia, a primeira do Brasil. Fica na Rua Alfredo Pachá 166, Centro - Petrópolis – Rio de Janeiro
Obs: É preciso agendamento, que é feito pelo site. O ingresso inteiro custa R$39,00
 
Algumas curiosidades sobre a cerveja:
Você sabia que o "happy hour" foi criado pelos egípcios? Eles distribuíam cerveja aos homens que erguiam pirâmides para relaxarem após um dia cansativo de trabalho. ‎"Como os antigos egipcios não tinham lúpulo, suas cervejas eram aromatizadas com cardamomo e coentro, o que as tornava encorpadas, saborosas e refrescantes.
Você sabia que, por ter um clima inadequado à produção, o Brasil importa todo o suprimento de lúpulo da Europa e dos Estados Unidos? Foram os monges, na Idade Média, que deram importância ao uso do lúpulo, que ajudava a conservar a cerveja por mais tempo, além de dar o sabor amargo característico.
No século XV, na Inglaterra, a palavra "ale" referia-se a uma bebida produzida sem lúpulo. Ou seja, ale e cerveja eram bebidas distintas. A cerveja propriamente dita (com lúpulo) era importada da Holanda. Nesta época, a Companhia dos Fabricantes de Cerveja de Londres especificou que a ale deveria ser feita apenas com água, malte e levedura. A palavra "ale" passou a referir-se a qualquer cerveja forte a partir do século XVI.

Novidade: foi inventada a Beer Savers, que são tampinhas de silicone feitas para manter a cerveja fresca após abrir, ou para identificar sua garrafa no meio de outras. Você pode comprar pelo site: http://www.likecool.com/Beer_Savers--Other--Home.html
Já que aprendemos um pouco mais sobre a cervejinha nossa de cada dia, e que todos concordam que ela é realmente uma bebida dos "deuses", então, que tal um Happy Hour? Mas lembre-se de que devemos apreciá-la com moderação. Se beber, não dirija. Santé!
Se você quiser saber um pouco mais sobre o assunto, eu indico este livro escrito por Steven D. Hales. O volume reúne vários artigos escritos por diferentes profissionais, incluindo filósofos, produtores de cerveja, mestres cervejeiros e bebedores profissionais.


Fontes consultadas: Sites: Wikipédia, Heineken, Baden Baden e Kaiser e outras cervejas.

 

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