sábado, 9 de fevereiro de 2013

Ó abre alas que eu quero passar...

Sem modéstia alguma podemos afirmar que temos o melhor Carnaval do mundo. E não é propaganda para atrair turistas, que são muito bem-vindos por aqui. 
Enquanto no hemisfério norte o frio faz tremer até os pingüins, aqui não é só o sol que esquenta... A irreverência e a animação é a combinação perfeita para o calor do verão.
Centenas de blocos arrastam foliões pelas ruas de todo o Brasil. E tem pra todos os gostos, já que de norte a sul do país temos ritmos variados e um carnaval diferente em cada estado.
O frevo, em Recife, atrai multidões. Já em Salvador é o Axé que dá o tom, com seus trios elétricos arrastando baianos e turistas, pois "atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu"... Enquanto no Rio de Janeiro, as marchinhas animam a galera, assim como os sambas-enredos, novos ou antigos, estão na boca de qualquer folião.

Historiadores afirmam que desde o início do século XX, o brasileiro pula o Carnaval ao som de marchinhas. A maioria delas são velhas conhecidas dos brasileiros, já que quase não existem novas composições. Mas apesar disso, a marchinha carnavalesca continua sendo um som característico da maior festa popular brasileira. E é de Chiquinha Gonzaga a primeira marchinha carnavalesca da história, composta em 1899. Apesar de ter feito o maior sucesso na época, a marchinha só foi gravada em disco 72 anos depois, por Linda e Dircinha Batista. Ainda hoje, passados 114 anos, "Ó Abre Alas" é entoada nos carnavais de rua do país.

Outra grande conhecida dos foliões de todos os tempos é sem dúvida a música "O Teu Cabelo Não Nega" (1931), que teve como compositores Lamartine Babo, Raul Valença e João Valença. A marchinha estourou no Carnaval carioca de 1932, depois de ter embalado um show de Carmen Miranda. O sucesso marcou o início do prestígio das marchinhas carnavalescas no país, e marca presença até hoje nos blocos de Carnaval.
O sucesso das marchinhas era evidente, e em 1937 foi composta a música "Touradas em Madri, para o Carnaval do ano seguinte, tendo inclusive vencido um concurso carnavalesco organizado pela Prefeitura do Rio.

E quem não conhece a "Turma do Funil", digo a música... composta para o Carnaval de 1956 por Mirabeau, Milton de Oliveira e Urgel de Castro, fez sucesso ao referir-se a uma turma de beberrões: "Todo mundo bebe, mas ninguém dorme no ponto..." um verdadeiro hino à boemia. Foi gravada até por Tom Jobim, Chico Buarque e Miúcha, em 1980.

Uma famosa que foi gravada recentemente pela banda Los Hermanos (2009) e pelos cantores Lenine e Roberta Sá (2007), é "Máscara Negra" que foi gravada em 1967 por Zé Keti, resgatando os sucessos das marchinhas que andavam meio esquecidas diante dos sambas-enredo.

Essas marchinhas fizeram um enorme sucesso, e até hoje continuam a animar os carnavais do Brasil, juntamente com outras que não podem ser esquecidas: "A Pipa do Vovô" (anos 80), junto com "Maria Sapatão", de Chacrinha (1981), são algumas das últimas marchas carnavalescas a se enraizarem na cultura popular.

Depois de saberem um pouco mais sobre a origem das marchinhas aproveitem os dias de folia, lembrando que Carnaval é alegria e descontração, mas "se você pensa que cachaça é água..." vai ai um alerta: se beber não dirija!

Ó abre alas que eu quero passar...          





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