domingo, 3 de fevereiro de 2013

Quem não gosta de samba, bom sujeito não é...

Estamos a uma semana da maior festa popular do país, e como "quem não gosta de samba, bom sujeito não é..." Milhares de brasileiros já estão pelas ruas se divertindo em centenas de blocos. Como nem só de marchinhas vive o carnaval, o samba pede passagem com seu ritmo quente e contagiante. Mas poucos sabem a origem do samba, um gênero musical que tomou conta do nosso país, e o tornou conhecido no mundo todo.

O samba é um ritmo brasileiro, e essa ginga é nossa, sem sombra de dúvida, mas também deve-se ao fato de ter surgido de raízes africanas. Historiadores acreditam que esse nome teve como origem o "semba" angolano, sendo este um ritmo religioso, que significa umbigada, devido à forma como era dançado. Conta-se que o primeiro registro da palavra "samba" aparece na Revista O Carapuceiro, de Pernambuco, em 3 de fevereiro de 1838, quando Frei Miguel do Sacramento Lopes Gama, escreve contra o que chamou de "samba d'almocreve".

Tanto a palavra quanto o ritmo envolvente, já tomava conta do Brasil em meados do século XIX, e definia diferentes tipos de música introduzidas pelos escravos africanos. A princípio, era malvisto e marginalizado, proibido pela polícia por nascer no morro e ser criado pelos negros. Mas o samba resistiu e se espalhou desde o Maranhão até São Paulo. Logo chegou ao Rio de Janeiro, que na época era a capital do Brasil, e aqui, provavelmente, sofreu influência de ritmos baianos trazidos por escravos, vindos da Bahia para trabalharem nas plantações de café no interior do estado.
Nesta cidade, ganhou novos contornos, até surgir como gênero musical no início do século XX. Muitos pesquisadores apontam para os ritmos do maxixe, do lundu e da modinha como fontes que, quando sintetizadas, deram origem a ao samba moderno.
O primeiro samba gravado, entitulado "Pelo Telefone" levou o gênero musical para além dos morros ao ser registrado por Donga (1917), embora já tivesse sido gravado anteriormente em 1903, por Bahiano e Ernesto Nazaré. Já o termo "escola de samba" foi criado por grupos de sambistas na intenção de ganhar aceitação para o samba e para suas manifestações artísticas, uma forma de vencer as barreiras sociais. Daí para formar as escolas de samba parecidas com as que conhecemos hoje, com o surdo e a cuíca, foi um pulo. Nos anos trinta, um grupo de músicos liderados por Ismael Silva fundou, na vizinhança do bairro de Estácio de Sá, a primeira escola de samba, denominada Deixa Falar. Também nessa época, um importante personagem também foi muito importante para a popularização do samba: Noel Rosa. 

Noel é responsável pela união do samba do morro com o do asfalto. É considerado o primeiro cronista da música popular brasileira. Nesta época, a rádio difundiu a popularidade do samba por todo o país, e com o suporte do presidente Getúlio Vargas, o samba ganhou status de "música oficial" do Brasil.
O ritmo é tão contagiante que conquistou milhões de adeptos, levando o samba a ter até um dia próprio para ser comemorado, o dia 2 de dezembro, que é o Dia Nacional do Samba. E como se não bastasse, não somos apenas nós, os brasileiros, que o adoramos, milhões de turistas do mundo inteiro querem conhecê-lo. Será que a frase: quem não gosta de samba, bom sujeito não é..." teve alguma influência nisso? Ou quem sabe o interesse dos gringos tenha sido aguçado, ou até mesmo se deva ao "Samba do avião"...? Bem, como saber?

 

Fonte: WWW.sambacarioca.com.br



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