quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Resiliência, você têm?

Num post recente eu comparei a dor da saudade com uma "pitada" que faz parte dos ingredientes que compõem a receita da vida. É claro que tanto "pitada" quanto "receita de vida", são apenas metáforas, para dizer que a maioria dos seres humanos só dão valor às coisas boas da vida quando a perdem, passam por uma dificuldade ou um momento de dor. Claro também que a receita não existe, mas podemos reverter a situação, e até tirar proveito dela para aprender.

Com toda a certeza, ninguém quer sofrer, mas negar que estamos todos sujeitos a algum tipo de dor e a muitos outros obstáculos à nossa felicidade no decorrer da vida, é puro engano. Porém, na verdade, a maior certeza que temos é que o ser humano é único e diferente. Logo, há diferenças comportamentais em cada indivíduo. E enquanto algumas pessoas tornam-se resignadas e acabam aceitando, passivamente, os dissabores da vida. Outras ao invés de serem passivas, lutam e enfrentam a dor e os obstáculos fazendo de cada experiência um aprendizado positivo. Ao invés de focarem no problema, focam na solução. Ou seja, desenvolveram ao longo da vida, um comportamento resiliente.
A "pitada" a que me referi, tem tudo a ver com essa vontade de superar a dor, e fazer dela um caminho para o amadurecimento. Aquela velha história de se ter um limão e com ele fazer uma bela e refrescante limonada, é uma metáfora para o que se chama RESILIÊNCIA.
Muito embora o termo não seja novo, muitas pessoas não sabem o seu significado. O termo “resiliência psicológica” surgiu na década de 1960, quando Frederic Flach, estudando sua história de vida e de outros que haviam superado grandes adversidades, emprestou-o da Física e da Medicina e passou a empregá-lo para o ser humano.

Resiliência é um termo usado para designar a capacidade humana de superar qualquer coisa: as perdas, a dor advindas delas, ou os sofrimentos decorrentes dos obstáculos apresentados ao longo da vida. Resumindo, o resiliente é aquele que recupera-se e molda-se a cada "deformação" (obstáculo) situacional. É o cara que faz de um "limão" una gostosa "limonada". Eu diria que é a pessoa que sabe que nada é eterno, muito menos as dificuldades e o sofrimento, a não ser que, estes sejam constantemente alimentados, o que só trará amargura e mais prejuizos à pessoa.

Estudos confirmam que a dor e a tristeza são responsáveis por diversas doenças psicossomáticas (com causa psicológica), a ansiedade e a irritabilidade são sentimentos comuns nos quadros psicossomáticos, mas não só eles que se manifestam. Dentre as mais diferentes doenças psicossomáticas que se manifestam no indivíduo que não possui resiliência, estão não apenas o estresse, mas doenças graves como a gastrite, síndrome do pânico, depressão, doenças intestinais, hipertensão arterial, úlcera, labirintite, entre outros males.

Agora que nós já sabemos o que é resiliência, uma pergunta pode surgir: será que todos nós podemos ser resiliêntes? A resposta é sim. Trata-se de uma conquista pessoal, e é claro que todos nós podemos aprender a ser resilientes. Não é à toa que a superação e o crescimento humano são potencializados em momentos de dificuldade! O ser humano precisa enfrentar desafios para testar seus próprios limites. Quantos de nós já não vivenciamos situações de total dificuldade e quando pensávamos que não haveria mais saída, tempo ou solução, acabamos reabastecendo-nos de mais energia ainda? E muitas vezes até dizemos: não sei como pude aguentar!
Para desenvolvermos em nós a resiliência, precisamos ter disciplina e autoconfiança, pois são fatores fundamentais. A primeira conseguimos com o tempo, por outro lado, a autoconfiança já é uma caracterisca do indivíduo resiliente.
Tantos as dores quanto as dificuldades que enfrentamos na vida, são situações desagradáveis que não podemos evitar, mas a meneira de reagirmos a elas é que faz toda a diferença. Isto é, o problema não está em nossa realidade, mas na forma como a interpretamos. Portanto, cada pessoa deverá encontrar a melhor solução para si mesma. Entregar-se às dificuldades e ao sofrimento como vítimas indefesas não nos leva a nada, a não ser, reféns da dor. Médicos asseguram que a Resiliência reduz riscos de doenças e melhora a qualidade de vida
Por isso é importante reagir, começar agora a mudar a situação indesejada: estudar, trabalhar, cuidar da saúde, estabelecer relações prazerosas, adquirir novos hábitos de vida, organizar-se. Manter vínculos com pessoas que possam dar apoio e estímulo para novas conquistas pode ajudar na superação dos problemas, mas não se deve esperar que façam o papel de salvadores do fundo do poço.

Dicas para aumentar a capacidade de resiliência:

 * Mentalizar seu projeto de vida, mesmo que não possa ser colocado em prática imediatamente. Sonhar com seu projeto é confortante e reduz a ansiedade.

* Aprender e adotar métodos práticos de relaxamento e meditação.

* Praticar esporte para aumentar o ânimo e a disposição. Os exercícios aumentam endorfinas e testosterona que, conseqüentemente, proporcionam sensação de bem-estar.

* Procurar manter o lar em harmonia, pois este é o "ponto de apoio para recuperar-se".

* Aproveitar parte do tempo para ampliar os conhecimentos, pois isso aumenta a autoconfiança.

* Transformar-se em um otimista incurável, visualizando sempre um futuro bom.

* Assumir riscos (ter coragem).

* Tornar-se um "sobrevivente" repleto de recursos.

* Apurar o senso de humor (desarmar os pessimistas).

* Separar bem quem você é e o que faz.

* Usar a criatividade para quebrar a rotina.

* Examinar e reflitir sobre a sua relação com o dinheiro.

* Permitir-se sentir dor, recuar e, às vezes, enfraquecer, para em seguida retornar ao estado original.

 


Fonte: Desa, e Wikipedia




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