sexta-feira, 15 de março de 2013

Não te amo mais...

Num post recente, falei do significado das palavras e da relação delas com o significante (a forma). Significante e significado ganham vida quando usados para expressar aquilo que queremos dizer. Seja para exprimir paixão, fazer promessas, ou juras de amor eterno. Elas servem também para falar de certezas, desenganos, ou por um ponto final numa relação.

A seguir, faço uma reflexão sobre um poema de Clarice Lispector, sobre o amor. Neste poema, com as mesmas frases, se pode falar de amor, ou de desamor. Assim como tudo começa, também pode acabar...

E assim como na vida, é também na ficção, um poema fala de amor, mas também de decepção. Um dia dois corações se apaixonaram, ficaram tontos de tanto amor... E o que um dia foi promessa, hoje é apenas dor. Palavras que foram ditas, juras de amor sem fim, ficou tudo lá no passado; será que é mesmo verdade, que o amor será sempre assim?

Poderia se tratar de um fato ocorrido na vida real, mas esta poesia serve para ilustrar o que as palavras podem dizer, conforme a intenção de quem as usa. Basta ler na ordem inversa, ou seja de baixo para cima - ocorre duas interpretações distintas conforme o fluxo da leitura.

Não te amo mais
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis
Tenho certeza que
Nada foi em vão
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada
Não poderia dizer mais que
Alimento um grande amor
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
Eu te amo!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais...

E assim é o amor... O que poderia ser o começo, também pode ser o fim...



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