sábado, 6 de abril de 2013

Vivendo com os outros


Acho que todos temos a ideia do que é um eremita; aquele ser solitário, que vive em lugar deserto, isolado, seja por escolha, penitência, * misantropia, amor à natureza ou convicções religiosas, não é?
No século em que vivemos não temos muitas notícias dessa prática, e quando temos algum relato sobre essa forma de vida até nos espantamos, pois não é considerado "normal" o ser humano viver só.
Como ser racional, o homem sabe que precisa dos outros para sobreviver, condição sem a qual acabaria por se extinguir. É no meio social que ele encontra a sua realização como pessoa, faz associações, promove o auto-conhecimento, busca proteção, alimento, garantia da sua continuidade como espécie.
Embora o ser humano não consiga viver só, muitas vezes encontra obstáculos para se relacionar bem com seus semelhantes. É preciso ter empatia e boa vontade para convivermos com as pessoas ao redor, já que elas nem sempre são como queríamos que elas fossem.
Temos a tendência de achar que as nossas opiniões, os nossos gostos, as nossas escolhas são sempre inquestionáveis, melhores ou mais corretas – não só para nós mesmos, mas também para aqueles que estão a nossa volta. Aceitar as diferenças, e até aprender com elas, é o X da questão.
Outro aspecto muito importante no dia a dia, é tratar os outros como nós gostaríamos de ser tratados, seja no trabalho, na rua, e principalmente, no trânsito, onde acontecem os maiores conflitos. Se partirmos para a briga sempre que acharmos que temos razão, a vida ficará insuportável, portanto, é melhor não levar tudo a sério. Devemos nos lembrar que gentileza gera gentileza...
Viver com os outros requer tolerância, e a aceitação de que as diferenças são benéficas e devem ser respeitadas. Se todos fossem iguais, não teríamos o que aprender, a vida seria chata e sem graça. É essa diferença que nos mantém interessados uns nos outros, e que também é a causa dos conflitos. Por outro lado, isto pode nos trazer ideias novas, pois maneiras diferentes de ver o mundo nos ajudam a abrir nossos horizontes, e podem ser muito úteis em nosso desenvolvimento pessoal.
Graças aos céus, o homem é um ser sociável e aprende a conviver com os outros, seja por necessidade, interesse, ou por conhecer os limites da boa convivência.
Para que possamos nos relacionar bem com as pessoas com as quais convivemos, é importante pensar de forma empática, isso significa perceber a realidade do que é importante, significativo e sentido pelo outro. Só tendo a empatia desenvolvida conseguiremos entender realmente o que e como o outro está se sentindo ou pensando. Conseguindo perceber esta diferença não ficamos amarrados em pré-conceitos, conseguiremos saber que algo que não é importante para mim, pode ser extremamente importante para o outro. Nem tudo é da forma como EU quero ou acredito ser o melhor, o outro pode ser diferente, e nem por isto estar errado.



E como já dizia o profeta: gentileza gera gentileza.
 
* Misantropia - aversão ao ser humano e à natureza humana no geral.


 

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