domingo, 5 de maio de 2013

Mãe chata ou responsável?


Vivemos num mundo cheio de novidades e, principalmente, de "modernidades", como diria minha mãe. Porém alguns valores são imutáveis e importantes na criação dos filhos. A permissividade exagerada tem criado filhos incapazes de gerirem as próprias vidas de forma responsável e adulta.

O escritor Içami Tiba, diz em seu livro "Quem ama educa", que os pais devem ter equilíbrio, não sendo excessivamente cobradores ou protetores, pois criança precisa ser protegida e cobrada conforme suas necessidades e capacidades, que varia conforme o seu amadurecimento.
 
Segundo Içami Tiba, os pais de hoje foram criados por pais autoritários, que querem dar aos filhos toda a liberdade que não tiveram na infância, tornando-se assim, pais permissivos e geradores dos "Parafusos de Geléia", termo usado para designar os filhos frágeis e incapazes.

O autor diz ainda que, pais frágeis e mães hipersolícitas geram os "parafusos de geléia", que espanam ao menor apertão quando contrariados, não suportam o NÃO. Estes indivíduos se tornarão adultos sem senso de ética, gratidão, civilidade, recebendo mesada aos 30 anos, vendendo a casa e colocando pais em asilo, mostrando assim todo o seu egoísmo, fruto de um aprendizado sem senso ético ou de gratidão.

Mais ou menos dentro dos ensinamentos do autor, encontrei este texto que eu havia guardado para publicar em uma ocasião oportuna. Por estarmos na semana do dia das mães e, por ser ela quem nos acompanha mais de perto desde o nascimento até a idade adulta, dedico a todas as mães este texto, pois sei que tem muito a ver com todas elas. Principalmente com aquelas que não tem medo de parecer "chatas", dizendo tantos "NÃOS" quantos forem necessários. Aquelas que zelam pelos filhos sabendo que eles dependem muito dela para a sua formação integral. Não só para serem pessoas bem-sucedidas, mas para se tornarem pessoas do bem.
 
Mãe Chata

“Um dia, quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de dizer-lhes:
Eu os amei suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão.
Eu os amei suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.
Eu os amei suficiente para fazê-los pagar as balas que tiraram do supermercado ou as revistas do jornaleiro, e fazê-los dizer ao dono: “Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar”.
Eu os amei suficiente para ter ficado em pé junto de vocês, duas horas, enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria feito em 15 minutos.
Eu os amei suficiente para deixá-los ver, além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e algumas lágrimas em meus olhos.
Eu os amei o suficiente para deixá-los assumir responsabilidades das suas ações, mesmo quando as penalidades eram duras que me partiam o coração.
Mais do que tudo isto, eu os amei para dizer-lhes “não”, quando sabia que vocês poderiam me odiar por isso (e em certos momentos até odiaram).
Essas eram as mais difíceis batalhas de todas. Estou contente, venci... por que, no final, vocês venceram também!
E em qualquer dia, quando os meus netos forem crescidos o suficiente para entender a lógica que motiva os pais e mães, quando eles lhes perguntarem se sua mãe era chata, meus filhos vão dizer: “Sim, nossa mãe era chata. Era a mãe mais chata do mundo...
As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos de comer cereais, ovos e torradas. As outras crianças bebiam refrigerantes e comiam batatas fritas e sorvete no almoço, e nós tínhamos de comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. Ela nos obrigava a jantar à mesa, bem diferente das outras mães que deixavam seus filhos comer, vendo TV.
Ela insistia em saber onde estávamos a toda hora (ligava para nosso celular de madrugada) e “fuçava” nossos e-mails. Era quase uma prisão.
Mamãe tinha que saber quem eram os nossos amigos e o que nós fazíamos com eles. Insistia que lhe disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorássemos apenas uma hora ou menos.
Nós tínhamos vergonhas de admitir, mas ela “violava as leis de trabalho infantil”, pois tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e fazer todo esse trabalho que achávamos cruéis. Eu acho que ela nem dormia à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer no outro dia.
Ela insistia sempre conosco para que lhe disséssemos sempre a verdade. E quando éramos adolescentes, ela conseguia até ler nossos pensamentos.
A nossa vida era mesmo “chata”, ela não deixava nossos amigos tocarem a buzina para que saíssemos; tinham que subir, bater à porta, para ela os conhecer. E, enquanto todos podiam voltar tarde, à noite, tendo apenas 12 anos, tivemos de esperar até os 16 anos para chegar um pouco mais tarde. E aquela “chata” ainda se levantava para saber se a festa foi boa (só para ver como estávamos ao voltar).
Por causa de nossa mãe, nós perdemos imensas experiências na adolescência: nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubo, em atos de vandalismo, em violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime. FOI TUDO POR CAUSA DELA!
 
OBRIGADA MÃE! Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer nosso melhor para sermos “pais chatos”, como minha mãe foi."

Para reflexão!
 
 
(Autor desconhecido)

Nota: O livro de Içami Tiba contém de um pequeno Manual de Mãe & Pai, para a educação dos filhos, subdivido em nove itens, como auto-estima, ética, cidadania, papos e comida, hora de estudar, relacionamento entre irmãos. Uma ótima leitura para aqueles que desejam formar cidadãos íntegros e felizes.

 
 

 

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