sexta-feira, 23 de maio de 2014

All we need is love...

Conforme a música dos Beatles, "All we need is love...". Adoro a letra e tenho esta frase escrita em um quadro, na minha cozinha, ao lado da geladeira. 
Acho também, que o que todos nós precisamos se resume nas palavras de Leonardo Boff, ou seja: "Precisamos de alguém que nos toque, nos trate bem, nos aceite em nossas limitações e nos perdoe...". 
 
Acredito que aquele tipo de amor que a grande maioria de nós deseja, na verdade, vem cercado por muitas crenças e mitos que internalizamos através dos tempos.
 
Um dos maiores mitos é o da alma gêmea. Há relatos que esse mito foi criado por Platão e exposto no seu livro O Banquete, para tentar definir o que é o amor.
 
No livro Os 7 mitos do amor, o autor Mike George fala das falsas crenças que alimentamos sobre esse, que seria o mais nobre e puro sentimento humano. No entanto, seriam as emoções humanas como o desejo, o apego e a dependência do ser amado, confundidas com o verdadeiro amor.
 
Segundo o guru norte-americano, só iremos compreender e vivenciar o amor que tanto almejamos quando aprendermos a amar incondicionalmente a tudo e a todos, sem distinção. “...Você só sabe o que é o amor no momento em que se abre, enxerga e doa do seu próprio amor a algo ou alguém, sem alimentar o mínimo desejo de obter algo em troca. A única forma de “conhecer” o amor é dando amor.”
 
Culminando com os repetidos fracassos amorosos, acreditamos que só seremos felizes quando "encontarmos a pessoa certa"... Nos defrontamos com o mito da alma gêmea.

Porém, o que realmente acontece é que muitas das nossas desilusões vem como resultado da paixão cega, do apego excessivo e da obsessão pelo outro. Quando, segundo o autor, o verdadeiro amor seria justamente a ausência desses três elementos, característicos do amor imaturo e egoista. E, para complicar mais ainda, alimentamos a crença de que o amor é exclusivo, direcionando-o para alguém a quem julgamos especial, e para alguns relacionamentos familiares, como o que existe entre irmãos, pais e filhos e os que mantemos com os amigos mais íntimos, o que os tornariam "merecedores" do nosso amor.

Por fim, para alcançarmos a plenitude desse sentimento, segundo George, precisamos primeiramente entender a verdadeira essência do amor, que se resume em: acolher a todos sem julgar e nem criticar o outro... 
 
Para entendermos o amor é preciso que nós o busquemos dentro de nós mesmos, pois somos uma fonte inesgotável dele. Talvez, ainda não tenhamos o entendimento necessário para entender isso. Segundo Buda, a paz vem de dentro de você mesmo. Afirmo que, assim também acontece com o amor...
 
Recomendo o livro, alertando que ele não se trata de um "manual de relacionamentos", nem um guia daqueles já conhecidos para se tornar um "amante melhor". Sua leitura pretende nos conduzir ao caminho mais elevado do espírito humano: ao amor.



 
 
 
Mito 6 – “O amor provoca mágoa” – “A verdade é justamente o oposto. Se algo causou mágoa, não é o amor. O amor cura mágoas”, diz George. De fato, a maioria dos relacionamentos íntimos tem altos e baixos, mas para o escritor, isso não tem a ver com o amor e sim com a culpa, a expectativa, o apego, a dependência, o ciúme. “Nesses momentos, o amor não está presente. Foi momentaneamente perdido. E é, por isso, que ele, muitas vezes, desaparece do cotidiano de um casal. Somente uma percepção da nossa própria responsabilidade é capaz de dar um fim nas mágoas – provocadas por nós mesmos – e nos restituir a capacidade de amar.”
 
Mito 7 – “O amor pode ser perdido” – “Se o amor é o que você é, como é possível perdê-lo?”, pergunta o mestre espiritual. A ilusão de que o amor pode ser perdido acontece, segundo ele, quando acreditamos ser algo que está fora. “Isso tende a acontecer quando você acredita ser aquilo que vê no espelho. Mas mesmo que tenha um rosto bonito, você não é um rosto bonito. Não é um corpo material. Você tem um rosto e habita um corpo, porém o verdadeiro encanto é invisível a olho nu.” Segundo George, a ilusão de achar que a beleza é sinal de amor faz com que à medida que envelhecemos, acreditamos que perderemos o amor. “A aceitação dessa ilusão sustenta uma das piores confusões que fazemos em relação ao amor”, finaliza.
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